SALTO ALTO E RED PILL: UMA REAÇÃO SALUTAR

Certos assuntos não podem ser abordados sem que haja um trabalho prévio de preparação da percepção da audiência. Isso é assim, não porque o assunto seja delicado ou intelectualmente exigente, mas porque a massa de idéias confusas e reações automatizadas a ele associada bloqueia o acesso mesmo ao cerne da questão.

Um desses assuntos que fazem espumar as mulheres e tremer os homens é a dinâmica atual dos relacionamentos amorosos — uma realidade tão miserável que consegue ser, ao mesmo tempo, opressora para os homens, sem ser libertadora para as mulheres.

Uma contribuição útil, por exemplo, à discussão sobre fenômenos como o “Red pill” não se faz sem antes um seminário de 10h sobre como chegamos ao atual estado de coisas. Seria preciso contar com o bom senso daqueles que já não fazem uso dele, hipnotizados pela ladainha feminista que penetrou até à médula das mulheres — mesmo as que se julgam muito religiosas e “conservadoras”.

Para se arriscar a uma discussão como essa, seria preciso apresentar argumentos tão contundentes quanto acessíveis à mais mediana das inteligências — argumentos que sufocassem, na origem, a sanha contestadora das mulheres indignadas de plantão, que opinam antes de compreender.

E foi precisamente isso que eu me propus a fazer em uma sequência de Stories no Instagram (uma sequência que fez a caixinha ferver e o direct transbordar de reações, das mais sensatas às mais delirantes).

A história toda começou, como não podia deixar de ser, com uma mulher chata. Ou melhor, com uma queixa de uma mulher chata, dessas que nem sonham que são enormemente, insuportavelmente, perfeitamente chatas.

Mas uma mulher chata não seria, definitivamente, algo sobre o qual valesse a pena falar, se se tratasse de um caso isolado. O que me chega pela caixinha do Instagram diariamente, pelo contrário, é uma pequena amostra de um fenômeno humano e cultural de grandes dimensões, que tem afetado a espinha dorsal da sociedade, ou seja, a relação homem x mulher e a família. 

Estou falando de uma geração de mulheres que têm o rei na barriga só porque nasceram com algo entre as pernas.

A IMPLICÂNCIA ONTOLÓGICA DA MULHER

Não é segredo para ninguém que, desde que comecei minha atuação pública na internet, tenho batido na tecla de servir e não encher o saco. No Guerrilha Way, inclusive, esse é um tema constantemente lembrado nas aulas e nos materiais, em forma de reflexões e exercícios para incorporar, no nosso modo de ser, aqueles princípios que sustentam uma vida mais útil e mais feliz, no fim das contas. Isso vale, evidentemente, tanto para homens quanto para mulheres.

Mas o fato é que, inquestionavelmente, algumas mazelas afetam mais as mulheres do que os homens. Basta alguma capacidade de observação e uma abertura para os fatos para constatar, por exemplo, que o hábito da implicância é mais comum nas mulheres do que nos homens. Uma das coisas mais trágicas da geração de mulheres do nosso tempo é uma certa incapacidade de olhar benevolamente. O olhar feminino hoje em dia é muito maldoso, bem mais que o masculino. São raríssimas as mulheres que não possuem um filtro de maldade por detrás dos olhos impedindo a fluidez natural da vida.

Explicando de outra forma, existe uma característica humana, especialmente no lado feminino, que consiste em apostar benevolamente nas coisas e conviver de maneira gostosa com as diferenças e os incômodos. Acontece que, contrariando isso, muitas mulheres se transformam em erínias ou meiguinhas fingidas.

Há vários motivos para isso, e agora não é a hora de investigar o porquê. Muitas mulheres hoje, por exemplo, estão sofrendo as consequências do uso de anticoncepcionais, outras sofrem  de disforia pré-menstrual. Isso afeta muitas mulheres. Há, no entanto, um aspecto comportamental e sociológico que não pode ser atribuído a causas de ordem orgânica: trata-se de uma cosmovisão que entrou na cabeça das mulheres, e que tem transformado tanto a vida delas quanto a vida dos homens com quem elas se relacionam em um verdadeiro inferno.

Esse olhar excessivamente crítico, implicante, pouco benevolente, é fatal para os relacionamentos. Ele denuncia uma pessoa que se acredita portadora da fórmula do que é certo e está disposta a se bater com Deus e o mundo para fazer valer o seu ponto de vista. São pessoas sem senso de humor, para quem tudo é um drama, um sacrifício ou uma lide judicial. E, sendo mulher, toda essa carga vai pesar na conta meticulosa da igualdade que ela reivindica — uma conta que nunca fecha, porque a existência mesma do cálculo impede qualquer forma de satisfação.

O feminismo entrou em todas as mulheres, em alguma medida. Os sentimentos hoje experimentados pelas mulheres com relação à condição feminina, as expectativas que têm com relação ao homem, a imagem de futuro que projetam para si mesmas — praticamente tudo foi contaminado de algum modo por uma certa atitude diante da vida que afeta até mesmo as mulheres que desejam sinceramente se livrar das influências nocivas do nosso tempo e reorientar suas vidas por outros critérios. Mudam-se os materiais, mas as regras da engenharia permanecem, minando mesmo os projetos mais bem intencionados. 

Um primeiro passo para escapar a isso é identificar aqueles comportamentos que traduzem, no fundo, a idéia de que a mulher tem direitos especiais só por ter nascido mulher.

ATITUDES QUE DEVERIAM ACENDER UM ALERTA VERMELHO

“É cilada, Bino”

O que deveria ser óbvio para todo mundo é que não há nada de especial no fato de simplesmente nascer mulher. Não há nenhuma dignidade inata específica da “mulheridade”, dada pelo simples fato do seu nascimento. Não há um direito inato especial para as mulheres.

Um direito só existe quando alguém o garante. Poderíamos pensar, não em um direito divino, mas em uma lei natural que deve ser garantida por uma das partes: o homem, mais forte fisicamente, deve proteger a mulher, que teria então o direito de ser protegida. Primeiro existe o garantidor, só depois a garantia.

Mulheres não nascem com direitos especiais simplesmente por serem mulheres; são os homens que funcionam como garantidores, porque representam a força, inclusive intelectual. Não existe igualdade nenhuma.

A mulher que revela, já no início do relacionamento, acreditar-se merecedora do que quer que seja, só pelo fato de ser mulher, deveria acender para o homem um imenso sinal vermelho. Muito provavelmente, essa mulher irá transformar a vida dele em um inferno enquanto estiverem juntos, e quando não estiverem mais juntos também. Quanto menor o merecimento, maior o sentimento de merecimento, chegando, em alguns casos, a uma reivindicação verdadeiramente inesgotável de reconhecimento, afeto, admiração e devoção, quantificada inclusive em termos monetários.

Muitas mulheres, por exemplo, reclamam de ter de trabalhar e cuidar dos filhos, da casa. Acontece que, em grande parte, essa reclamação e esse sentimento de injustiça nascem de uma crença que anda pela cabeça das mulheres, até mesmo das religiosas — a crença de que elas não deveriam estar fazendo aquilo. O que pesa não é fritar o ovo, passar o pano no chão, colocar as roupas na máquina; o que pesa é acreditar que alguém deveria estar fazendo isso por ela.

A época do namoro serve para isso: para observar, avaliar, até tomar a decisão de casar ou não. Já falei em diversas oportunidades sobre o casamento, sobre o tipo de compromisso que se estabelece ali. Ter o casamento em vista dá a perspectiva correta do namoro: você está disposto a assumir um vínculo dessa natureza com a pessoa que você está namorando? Se a moça é uma folgada aproveitadora e você se casa com ela, acabou: é por ela que você deverá morrer. Deveria estar avisado disso. É isso que estou fazendo aqui.

O que mais existe são moças que têm muito pouco a oferecer e muito a exigir, simplesmente porque nasceram com algo entre as pernas. Por isso, o conselho que eu dou aos homens é o seguinte: entrar em um relacionamento como se fosse ter relação sexual somente depois de casados, como se fosse impossível acontecer alguma coisa antes, como se isso não tivesse muita importância. Essa postura dissolve muitos enganos, permite ver com mais clareza o valor da pessoa do outro lado e o quanto vale a pena investir nela.

Sempre aconselho que se busque a normalidade em tudo na vida, principalmente na pessoa com quem se vai casar. Normalidade, sem excentricidades, sem exigências absurdas, sem delírios de grandeza. Ter em mente a natureza do compromisso que se assume no casamento e a indissolubilidade desse vínculo ajuda a colocar as coisas na clave certa.

Você até pode se casar com uma moça que, do alto dos seus vinte e poucos anos e nenhuma experiência da vida, afirma que não vai trabalhar para poder “se dedicar à família”. Você até pode relevar o fato de ela ser folgada, fugir às responsabilidades e ser aproveitadora. Você até pode se casar com uma pessoa que não valha muita coisa, mas o ponto, o ponto do qual você não conseguirá escapar, é que terá de suportá-la até o fim e morrer por ela, se necessário for.

“RED PILL”: UMA RESPOSTA SALUTAR

O “empoderamento feminino” e o delírio de onipotência das mulheres não poderiam senão despertar uma reação do outro lado. O fenômeno “Red pill” é uma dessas reações: uma resposta salutar para esse “salto alto” das mulheres. 

Esse movimento acerta em sua descrição da psicodinâmica que envolve o trato do início dos namoros, da escolha, da interação etc., mas ignora que, no casamento (já se tendo passado pelo crivo do namoro vivido corretamente), as coisas mudam de figura.

No casamento, não há mais espaço para indecisão. A decisão foi tomada: você se tornou responsável pela felicidade da pessoa que está do seu lado e terá de fazer tudo pela salvação eterna da alma daquela criatura. Falo mais sobre isso nesta live, que eu recomendo que todos assistam.

Esse assunto da relação homem x mulher é muito cansativo, sobretudo porque não tem solução. O pensamento feminista penetrou na mentalidade de 100% das mulheres, validando e reforçando idéias egoístas, e não se pode dizer uma palavra sobre isso sem gerar ainda mais confusão e ressentimento.

A verdade, no entanto, é que o feminismo tem sido o maior empecilho a que as mulheres experimentem qualquer tipo de satisfação ou alegria tanto na vida profissional quanto na vida familiar. Tem sido, verdadeiramente, o algoz das mulheres que ele supostamente veio libertar, como já expliquei em várias ocasiões (a título de exemplo, confiram esta live).

Por essas e outras, acredito que fenômenos como o movimento “Red Pill” são salutares na medida em que contribuem para o estabelecimento de uma certa normalidade nas relações, ajudando as mulheres a descerem do salto para caminhar com os pés no chão e a consciência clara sobre o seu lugar no mundo, para benefício de todos.

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