JAMAIS ESCONDA A FONTE DAS SUAS INFLUÊNCIAS

Como dizia o professor Olavo, tem gente que prefere matar a própria mãe do que dizer que cometeu um deslize ou que foi feito de trouxa. O cara é pego de calça curta e se justifica com mil e uma razões. 

Um cacoete que temos de matar é o de querer ocultar as fontes que nos fazem melhorar, como se estivéssemos sempre por cima de tudo, redescobrindo a pólvora a cada dia. Não é assim que funciona, e sabemos disso. 

Uma das atitudes que mais fazem bem para o espírito humano é demonstrar gratidão pelas pessoas que nos ajudaram na compreensão de alguma coisa, seja relacionada à vida pessoal ou à profissional: é ser grato com nome e sobrenome, citando a pessoa abertamente. 

DAR O CRÉDITO ENGRANDECE O CORAÇÃO

É muito bom falar de onde veio uma idéia “nova” que tivemos, quem está nos influenciando. Com generosidade, a coisa só melhora para todo mundo. Devemos sempre revelar a fonte, com tranqüilidade, sem precisar fazer citação de rodapé a cada vírgula, pois isso é muito pedante também. 

Esconder é ruim e mesquinho, e faz com que o nosso coração fique pequeno. O que podemos fazer no nosso dia-a-dia é dar crédito aos outros, falar bem de todo mundo, parar com a mania miserável de ficar falando mal de amigo. A primeira coisa que você faz quando tem um amigo é falar mal dele numa rodinha. Só porque é uma pessoa próxima, você acredita que pode dar testemunho negativo em relação a ele. 

Esse movimento está na alma de todos nós, e estamos revelando aqui esse ocultar as fontes, esse não falar bem das outras pessoas, essa falta de gratidão nos relacionamentos. Tudo isso é muito ruim. Não faça isso nunca. 

Quando fazemos esse elemento circular, esse elemento de caridade, de amor, essas citações e referências, tudo floresce, tudo cresce, e nossa cabeça vai ficando melhor. 

Mas algo que todos nós fazemos alguma vez na vida é ocultar a fonte quando ela é muito próxima de nós. Não querer transmitir a audiência e a atenção para aquele que falou: “Se eu falo quem disse isso, as pessoas vão parar de prestar atenção em mim e vão começar a prestar atenção na outra pessoa, e eu não quero isso.” 

Fazemos muito disso no dia-a-dia. Por exemplo, você está  conversando com uma menina e copia uma fala de um amigo seu. Você não vai dar o crédito para ele, senão a menina vai olhar para o seu amigo, e não para você. Esse é um movimento da alma, todo mundo age assim. Porém, precisamos tomar cuidado para que isso não endureça o nosso coração e não acabe nos transformando em pessoas mesquinhas. Dar o crédito para a pessoa, apontar quem o está ajudando, é atitude de quem tem o coração grande. 

NÃO A SI, AO OUTRO

Vamos fazer com que nossa vida neste mundo seja mais ágil, porque já temos muitos problemas e não podemos ficar nos apegando a mesquinharias, pois temos um monte de coisa para resolver. Vamos agilizar as coisas. 

Não podemos matar dentro de nós a origem da nossa influência. É errado não prestar culto – no bom sentido do termo –, não olhar para uma pessoa que nos influenciou e falar “Valeu, obrigado”, e jogar o olho das outras pessoas para ela.

Tudo o que podemos fazer na vida é apontar o olhar das pessoas que amamos para algo que vimos antes. Se quisermos que as pessoas só olhem para nós, daqui a pouquinho vai dar merda, porque não valemos nada. Vamos frustrar essas pessoas. 

Este é o segredo da vida: matou a origem, ferrou. Não vai funcionar. Então, você vai direcionar as pessoas para aquilo que você viu antes. Isso é tudo o que podemos fazer na vida. 

A MELHOR OPÇÃO É A VERDADE

Por exemplo, o pai que quer ser exemplo para o filho o tempo todo. Isso não vai dar certo, porque você, pai, é exemplo de quê? 

Você vai pegar o seu filho e apontar para coisas que são melhores que você; vai pegar os seus amigos e apontar para aquele livro que você leu, para aquele filme que você viu. Não precisa falar que a idéia é sua. Conte uma piada na roda e, depois que todo mundo riu, diga: “Quem fala isso é Fulano”. Dê o crédito para a fonte. 

Algo que aprendi logo cedo: na vida, podemos fazer qualquer coisa, desde que não queiramos ser reconhecidos pelo crédito dela. Quando queremos ser reconhecidos pelo crédito, a coisa não anda, não funciona. 

Então, nunca vou me cansar de falar do Olavo, quer você queira, quer não, porque é de lá que vem tudo. Se eu parar de lhe dar crédito, sabe o que acontece? Acaba tudo, porque é dentro da tradição dele que estou. Simples assim.

Quando comecei a crescer, muitos comentavam: “Italo, não fala do Olavo; ele é muito controverso; muitas pessoas o odeiam”. Vá tomar naquele lugar! É óbvio que vou falar. Vou falar para sempre. Ainda que vá todo mundo embora, vou continuar falando dele, assim como Julián Marías falava do Ortega y Gasset. Com que devoção você acha que Aristóteles falava de Platão, e Platão de Sócrates? Com que devoção os apóstolos falavam do Cristo? 

Sempre devemos falar e ter uma devoção por aqueles que nos ensinam, porque assim vamos ganhando força. Quando queremos ocultar, perdemos a força imediatamente, ficamos nus.

No nosso dia-a-dia, acontece a mesma coisa: nunca querer ficar com a glória para si, nunca querer ser o mais engraçado. Conte para as pessoas, é o melhor, porque essa é a verdade sobre você.

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