ESSA É PARA QUEM É PAI (MAS MÃES ESTÃO CONVIDADAS)

Indo direto ao ponto: se tudo o que você tem a oferecer ao seu filho é a sua companhia, você NÃO é pai dele, é, na melhor das hipóteses, amigo do colégio. Pai é outra coisa: se sacrifica, trabalha, sustenta, dá bronca, põe limites e muito mais, inclusive, aguenta o filho. 

Sim, às vezes você o aguenta. Será maximamente frustrante alimentar o desejo principal de querer desfrutar da presença do seu filho, porque criança real, de carne e osso, de vez em quando é legal, de vez em quando um pé no saco, uma hora aparece cheirosa, outra borrada à espera de alguém que a limpe, à vezes vem na sua direção com olhinhos felizes, às vezes com remela adormecida e ranho escorrido. Se você está procurando “desfrutar” da companhia do seu filho, bobão é o seu apelido, porque não sabe o que são filhos ou crianças. 

E pelo jeito não sabe o que é ser pai. 

QUEM AVISA, AMIGO É

Tudo o que você deve ao seu filho é sustentá-lo com sua oração e seu trabalho, sendo uma pessoa digna e honrada e criando um ambiente com bons adultos próximos, com quem ele pode falar das coisas mais cabeludas. Não tenha a expectativa de que seu filho fale com você como um amigo sobre assuntos de amigos. Se isso acontecer, alguma coisa deu errado e você se diminuiu. 

Pai não tem de ser o “parça” do filho. O que implica que o filho não precisa contar tudo para o pai, nem os dois jogarem bola juntos. Não é para o filho contar ao pai suas experiências sexuais. Sempre foi e sempre será constrangedor falar disso com “o velho”. 

Ser amigo é menor do que ser pai, e o único pai que seu filho pode ter é você mesmo. Amigo pode ser qualquer um. Não fuja da responsabilidade que só você pode assumir. Não queira jogar Playstation com ele ou ser seu confidente. Assim você abandona sua função vital. 

O seu papel é de responsabilidade e autoridade. Você deve sustentar seu filho moralmente, intelectualmente, espiritualmente e materialmente. Amigos, seu filho pode ter aos montes, mas pai é só um, e não é possível escolher quem vai ser, é você mesmo. 

Muita gente vai achar que é radicalidade minha, que pai pode sim ser amigo do filho, que pode diminuir a quantidade de trabalho externo para ficar mais com a família, que pensar do meu jeito é antiquado e a favor da opressão masculina. Isso só prova que vivemos, de fato, num tempo em que é preciso lembrar que a grama é verde. Ou seja, cada um tem a sua função, e a função do pai não é ser amigo nem mãe. Mãe também não é amiga, mas naturalmente tem mais contato direto com os filhos. O pai fica mais de fora mesmo: atento e mantendo tudo na linha, mas meio afastado. Você pode dizer o que quiser, mas a função é outra. É só lembrar da sua percepção quando seu pai aparecia e quando sua mãe aparecia. Eram coisas totalmente diferentes. 

Há duas possibilidades para o pai que fica muito em casa (e a coisa é castradora por qualquer dos dois lados): ou o pai está em casa sendo homem mesmo, e isso faz ele ocupar um espaço enorme, pois sua presença é, de algum modo, intimidadora (e tem de ser mesmo), ou o cara é amiguinho, nem homem nem pai – um maricas – e o filho não terá o exemplo do que significa a figura de um homem. Das duas, a mesma: a presença exagerada do pai em casa é castradora de um jeito ou de outro. 

TRAGO OBVIEDADES: HOMEM NÃO É MULHER E VICE-VERSA

Homens, não fiquem muito tempo dentro de casa, isso trará problemas. Quando as férias chegarem, viajem, inventem coisa para fazer. Se você ficar enfurnado em casa, vai dar problema, você não vai se aguentar, vai ficar chato, encher o saco e nem vai aproveitar muito. Será ruim para você, para a esposa e para os filhos. Se o marido fica em casa sem problemas, saiba: ele é uma amiga fofoqueira da esposa.

A respeito das mulheres, a coisa muda de figura. A própria simbólica masculina e feminina é completamente diferente. Mulher é receptiva, envolve, acolhe. Criança aguenta ficar com mãe o tempo todo, por mais que a mãe encha a paciência, é diferente, todo mundo sabe disso. Não estou falando de identificação, de se identificar mais com o pai, estou só lembrando de como a coisa é. Também não tem nada a ver com machismo. Na verdade, é o contrário. O homem não pode ficar enchendo o saco da mulher, tem de deixar ela em paz. Mas não tem paz com ele em casa o tempo todo. 

Nenhum filho morre por não ver o pai durante a semana, o que faz mal para eles é ver um pai fraco. Eles ficam sem referência quando o pai não é nada. E isso serve para a mulherada parar de encher o saco e deixar o marido trabalhar o quanto quer e pode. Não faz sentido esse negócio de que, se trabalhar muito, não vai ajudar em casa. Como assim não vai ajudar? Ele trabalha para quê? É justamente para manter a casa. Se tem muita atividade doméstica para fazer, fale para ele trabalhar ainda mais e pagar alguém para ajudar. 

Agora, sem esse tipo de ajuda externa, o filho da mãe que chega em casa e acha que tem o direito de se encostar na poltrona para descansar enquanto ainda tem louça na pia não entendeu nada do que é ser homem. Chegando em casa, o marido tem de ficar em operação até tudo estar arrumado. Tudo. Não tem essa do “meu tempo”, “meu banho”. Trabalhe até tudo estar em ordem. 

TRABALHE, DURMA, ACORDE E VOLTE AO TRABALHO

Mas o que não varia é que homem e mulher trabalham até o fim. Ninguém foi feito para se aposentar. O ser humano foi feito para morrer trabalhando. O sonho da aposentadoria é doidera. Isso acaba com a cabeça de qualquer um. O desejo certo é: morrer trabalhando. Você tem de arranjar um jeito de amar o processo, amar o seu trabalho, e estar lá, presente nele. 

Ninguém aqui está falando de ser maluco por dinheiro, mas de função na vida, que é mesmo trabalhar. Por meio do trabalho, você melhora a si, a sua família e a sociedade. Você encontra sentido em tudo e torna-se o que de fato você é. É no seu trabalho que a sua vocação está. Isso é o que lhe faz ser, aí seus filhos terão a quem dirigir o olhar.  

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