VIDA LONGA AOS MENSAGEIROS DO BEM

Você já parou para pensar como a gente vem a conhecer as coisas boas deste mundo?

Os restaurantes, as lojas, os lugares, as virtudes, os conhecimentos, as pessoas… Como as coisas boas chegam ao nosso conhecimento? Será que pessoas variadas nos apresentam coisas diferentes? Ou muito é por acaso, você está passando por algum lugar e esbarra numa coisa boa? Ou será que são os filmes, os livros, as aulas que servem de fonte para o que é bom? 

Enfim, como se dá esse mecanismo de conhecer o bem?

Essa é uma pergunta importante para que a gente entenda dois movimentos fundamentais: como os bens aparecem na nossa vida e qual o papel que devemos desempenhar nessa estrutura.

Quando vamos a um restaurante comemorar um aniversário de família, normalmente escolhemos aquele que vai proporcionar as melhores satisfações possíveis. O lugar tem de ser agradável, a comida gostosa, o atendimento simpático etc. Nesse momento meio trivial da vida, podemos nos perguntar como acabamos por conhecer aquele estabelecimento. É uma coisa meio rara de se fazer, a maioria dessas oportunidades passa em branco, mas é algo valioso de prestar atenção.

Em regra, houve alguém que intermediou o contato entre a coisa boa e você. A maior parte dos bens que conhecemos foi transmitida por mensageiros, por pessoas que se encarregaram, conscientes ou não, como missão ou não, de lhe conduzir por esse caminho bom. Alguns têm essa função de modo mais explícito, como uma missão de vida, e outros desempenham esse papel de modo fortuito, lateral e secundário. 

Por exemplo, quem nos recomendou o restaurante pode ter sido alguém que simplesmente foi lá um dia, gostou e falou, sem que isso fizesse parte da missão de vida dele; mas podia também que o propósito fosse comunicar esse tipo de bem. 

É assim que funciona no mundo humano, algumas pessoas têm o propósito de experimentar tudo, conhecer o bem, o que é melhor, a verdade das coisas e, generosamente, comunicar aos outros a respeito delas. Como os degustadores de restaurantes encarregados de conhecer todo o bem que há na cena gastronômica. Eles experimentam, tecem suas críticas e nos comunicam. 

Usando dessas avaliações, vamos vivendo e experimentando coisas cada vez melhores. Essa é uma das estruturas do aparecimento do bem na nossa vida. O bem aparece para nós, ordinariamente, sendo mediado por um mensageiro.

BENS DESTE E DO OUTRO MUNDO

O fato é que, para tomar conhecimento do restaurante, ou o acaso nos fez entrar nele por alguma conveniência, ou alguém serviu de mensageiro desse bem na nossa vida. Claro, estou usando o exemplo de um bem absolutamente trivial, vulgar, um tipo de bem que poderíamos tranquilamente passar sem. No entanto, a trama mesma da nossa existência é feita tanto de coisas vulgares e laterais quanto de sublimes e centrais. 

Não apenas os bens relacionados à verdade, à virtude, à filosofia, a Deus compõem nossa consciência e nossa afetividade; pelo contrário, nossa vida, porque é humana, ou seja, feita de carne, lida também com elementos triviais e vulgares. Tudo seria chato e desinteressante se não tivéssemos recebido a mensagem desses bens materiais que também formam nosso dia-a-dia. 

Nossa vida vai seguindo e vamos sendo notificados dos bens presentes no mundo, sejam eles materiais ou espirituais. Vamos recebendo essas mensagens dia após dia. 

Podemos ser o tipo de pessoa tosca que não percebe as realidades imateriais da existência. Podemos não nos dar conta de que há realidades com consistência, substância, que existem ainda que não sejam vistas pelos olhos da cara. Saber disso não é uma ato de fé. Não tem nada a ver com religião, mas com a própria estrutura do mundo. É só você lembrar do teorema de Pitágoras. O teorema existe. Ele apresenta proporções muito bem estabelecidas, ainda que não estejam em nenhum lugar material deste mundo. 

A justiça, a lealdade, a nobreza, a prudência, o amor, a fé são bens que de algum modo não são deste mundo, eles não têm matéria nem corpo, mas existem

Quem dirá que não existe a justiça? Que não existe o amor? Claro que essas coisas existem, porém a natureza própria dessas realidades não é material.

SEJAMOS NÓS TAMBÉM MENSAGEIROS DO BEM

Seguindo nessa linha, se existe uma intermediação de bens do mundo material, feita sobretudo pelos homens, existe também uma intermediação própria do outro mundo

Precisamos chegar ao conhecimento dessas coisas, ser conduzidos a elas e amá-las. Além disso, se sabemos que neste mundo o bem chega até nós mediado por alguém, no outro mundo, superior, imaterial, é evidente que o conhecimento dos bens que o compõe chega a nós mediado. 

A noção das coisas superiores, daquilo que devemos desejar, também recebe uma mediação, que tem a mesma natureza do mundo superior, ou seja, é uma realidade imaterial. 

Essa intermediação é tradicionalmente a função dos anjos, é isso o que eles fazem. Os anjos são esses mensageiros do bem, que cuidam do nosso conhecimento, da nossa inclinação, da nossa aptidão para as coisas superiores que podemos e devemos desejar

Os anjos são uma realidade necessária para a estrutura do mundo. Podemos, pela metafísica, pela filosofia, chegar até o conhecimento dos anjos sem a necessidade de nenhuma fé. Então, temos duas coisas aqui:

Primeira, devemos estar muito unidos a essa estrutura, a essa mediação, direcionar uma certa atenção, elevar o coração a essa estrutura de mediação do bem, querer saber quais são os bens, ou desejar aqueles bens que são mais oportunos para nós em certo momento específico, não termos vergonha de pedir ajuda aos anjos, pelo contrário. Eles fazem parte da estrutura do mundo, eles existem.

Então, vamos começar a usar a ajuda dos anjos para depois sermos nós mesmos esse tipo de ferramenta para os outros que estão ao nosso lado: que sejamos “anjos” na vida das outras pessoas também. Ser “anjo” na vida das pessoas é algo necessário, porque, quando conhecemos os anjos, pedimos-lhes ajuda e vamos querer imitá-los, pois eles têm essa perfeição, eles fazem essa mediação

Uma nota importante de quem está amadurecendo é se comprometer em ser o mediador do bem na vida dos outros. Então, é evidente que a nossa primeira mediação do bem será cumprir o dever cotidiano que está nas nossas mãos, é isso o que vamos fazer todos os dias, é assim que difundimos o bem.

Antes de difundirmos o bem com palavras e idéias, vamos colocar ordem na nossa vida por meio do cumprimento do nosso dever. Essa é a primeira mediação aberta para o homem, é assim que começamos a fazer o bem. 

Então, é isso, que estejamos sempre atentos a essa estrutura maravilhosa, metafísica, real e imaterial; atentos para que possamos incorporar o bem em nossa vida e para que possamos ser também instrumentos de difusão do bem por meio do cumprimento cotidiano do nosso dever, pela oração, lutando diariamente para melhorarmos a cada momento, para não cedermos às más inclinações, sempre com o coração posto nos outros, para que eles também possam desfrutar e incorporar esse bem que existe no mundo.

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