MATURIDADE E PROFISSIONALISMO ANDAM JUNTOS
Vou me concentrar basicamente em exemplos da área da saúde, mas a mentalidade infantil da qual tratarei não é exclusividade de uma classe, casta ou profissão determinada. Numa nação altamente imatura, em qualquer área da vida a gente vê gente crescida se comportando feito bebê chorão à espera de uma proteção vinda de fora. O sujeito quer se manter fazendo seu dinheiro à custa de impedir os outros de fazer o deles.
Muita gente que segue uma profissão advinda de formação técnica ou acadêmica está mais preocupada em colocar barreiras à concorrência de outras áreas do que se desenvolver e adquirir habilidades que garantam um filão suficiente do público que procura os seus serviços. Isso é uma tremenda demonstração de fraqueza e incapacidade.
Um profissional, seja da área que for, não pode colocar em segundo plano o avanço das suas capacidades técnicas e de relacionamento. Atenda bem seu cliente nesses dois aspectos que quero ver se haverá necessidade de você se meter em discussões a respeito do que os concorrentes de outras áreas podem ou não podem fazer. A coisa é simples no fundo. Quem se garante, não luta por reserva de mercado. Aquele que entrega algo de valor, não se incomoda com a concorrência crescente.
Sendo mais concreto, qualquer um vê no Instagram uma amiga dentista postando um “antes e depois” de uma cliente com nariz corrigido: primeiro era torto, agora está retinho. Tem também os lábios finos que viram lábios fartos. E a coisa não pára. Na área da odontologia, estamos claramente diante de um 3º boom. O primeiro foi o dos aparelhos e da ortodontia. Depois vieram os implantes. Agora estamos no boom da harmonização facial. E você acha que os médicos estão vendo isso numa boa?
NÃO ME VENHA COM ALHOS QUANDO O ASSUNTO É BUGALHOS
Até parece. O que ouvi de médico revoltado com “dentistazinho recém e mal formado querendo ganhar dinheiro rápido com esse negócio de harmonização” não saiu no gibi! “É perigoso!”, dizem os que afetam preocupação com o paciente.
Como assim? Quer dizer que só entre os dentistas aparecem mal formados, entre os médicos não? Só porque o diploma é de médico significa que o profissional é competente tecnicamente, que frequentou uma boa universidade e se dedicou aos estudos de maneira exemplar? Óbvio que não. Então, se a intenção é comparar, que não sejam alhos com bugalhos!
Essa situação é a mesma do pessoal que considera o Ocidente muito tumultuado: “bom mesmo é o Oriente”. Para confirmar isso, comparam uma cidade ultra badalada, como Chicago, Nova Iorque ou São Paulo, com um mosteiro no alto do Tibete. Mandar plantar batata no asfalto é pouco! Por que não comparam Xangai ou Nova Deli com um mosteiro inglês do interior? A sentença inicial seria outra.
Se for para comparar A com B, vamos pensar em um cirurgião-dentista, um bucomaxilofacial, com mestrado, doutorado, anos de prática clínica, que faz cirurgias delicadíssimas, com um médico recém-formado numa faculdade de quinta categoria e pós em dermatologia. Quem está mais habilitado? Quem domina mais a técnica cirúrgica e a anatomia? Quem se sairia melhor diante de complicações de quadro? De quem você preferiria estar na mão?
No fundo, essa atitude não passa de medo. Uma dermatologista ou um cirurgião-plástico bem-formados não vão perder mercado nenhum. Não adianta ficar revoltado com o dentista porque ele está fazendo harmonização facial. O pessoal justifica dizendo que tem de ser médico para isso. Mas, veja bem, por acaso nariz torto é doença? Olheira ou sulco nasogeniano são doenças? Quem quiser ficar apenas no campo da medicina que opere só carcinoma. Pronto! Isso dentista não vai fazer.
Mas, no campo da estética não há uma linha clara. A estética é justamente uma área de interseção. Esse alarde todo é medo. O Conselho tem de resolver isso para você porque você não é capaz de montar um consultório e lotar a agenda. Por isso o Conselho precisa determinar que o outro amiguinho não pode tratar de uma coisa que nem doença é.
Não adianta vir com o argumento daquele dentista específico que necrosou a cara do paciente, eu conheço mil casos de médicos que fizeram o mesmo. Sabe o nome disso? Ossos do ofício. Risco. Acontece com médico, dentista, dermatologista… Depende de o profissional ser bem formado ou não.
A mesma problemática aparece entre psicólogos e coaches. Muitos psicólogos se colocam contra os coaches por julgarem que esses últimos invadem sua área de atuação. A causa disso, como já falei antes, ainda é a dependência infantil de querer que alguém de cima venha e regule os atendimentos a pacientes de maneira a favorecer a profissão mais antiga. A causa é a mesma e o cerne da questão também é: do mesmo modo que há coaches mal formados, há psicólogos mal formados. Há coaches que não são capazes de ajudar seus pacientes, da mesma forma que há psicólogos nessa situação.
Outra coisa, se o trabalho de psicólogo tivesse sido bem feito, não haveria espaço para outra abordagem. Uma área em descrédito dá espaço para outros tipos de atuação. Deixe o dentista fazer harmonização! Deixe o coach atender! O mercado é implacável em selecionar quem sobe e quem desce.
NEM SÓ DE TÉCNICA VIVE UM PROFISSIONAL
Temos de matar as dependências infantis, as expectativas adolescentes. Isso ferra a nossa vida. Os profissionais que não entregam nada muito bom, que não têm perfil empreendedor, não ocupam o espaço que tinham de ocupar e com certeza não vão crescer, e ainda vão colocar a culpa no Conselho “que autorizou a entrada desses metidos”.
Fala a verdade! É você que não está trabalhando direito, que não tem o drive do empreendedorismo, do bom atendimento ao público. Habilidade técnica não é tudo. Na maior parte dos trabalhos, ser bom tecnicamente não é nem metade do problema.
Para garantir o seu, você precisa de uma série de habilidades. Capacidade técnica é só uma delas. Ainda sobra a habilidade de relacionamento com os clientes, com os colaboradores, com os sócios, visão empreendedora para fazer o negócio crescer, humildade para receber feedback desfavorável. Sem isso tudo, capacidade técnica não resolve.
Quantas vezes a gente escolhe um profissional por causa das habilidades de relacionamento dele? O domínio técnico é só um fator, nem sempre determinante. Isso vale para qualquer área da vida. Inclusive entre familiares. Quem disse que o irmão bonzinho, que nunca faz nada de errado, é o preferido? Se ele não se interessa pela família, se não liga para os pais, para os irmãos, se não dá presentes e não tem uma presença agradável, vai perder para outro mais malandrão que faz todas essas coisas. Não adianta ser bonzinho se não tem boa conversa e não é envolvente.
Imagine uma faxineira super competente que não dê bom dia, não sorria, não interaja; basta uma mais simpática aparecer, pode até nem ter a mesma capacidade técnica, que a primeira dança. É sempre assim. Você não pode achar que, só porque faz uma coisa bem, todo mundo tem de cobrir suas falhas com interferência paterna. Não é assim que a vida funciona.
Precisamos recrutar uma série de habilidades dentro de nós. A primeira atitude é matar o fetiche louco de que alguém de fora tem de resolver nossos problemas. Não é para colocar tudo nas costas do Conselho. Preocupe-se em entregar mais, em fazer mais, em ser mais. E se for para soltar os cachorros para cima de alguém, que seja contra os profissionais de baixa categoria, que estão lá só para denegrir a imagem da classe.
Reserva de mercado é coisa de gente medrosa. Não embarque nessa. Defender essa ideia é enfraquecer na certa. O desejo de segurança sempre nos diminui. Não é segurança que você tem de buscar na vida, mas força: a força da técnica e das outras habilidades que você precisa recrutar.
Imponha-se. Mas por meio da boa técnica e do bom relacionamento.
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